4 aspectos da terapia brainspotting que você precisa conhecer!

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A prática psicológica está sempre se reinventando e promovendo mudanças importantes, tanto para os psicólogos quanto para os pacientes. Isso porque a ciência e a profissão acompanham as transformações humanas buscando uma especialização cada vez melhor para atender na clínica. É daí, então, que surgiu o brainspotting.

O brainspotting surgiu com base na terapia EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por meio de Movimentos Oculares) em 2003, e está se consolidando como uma técnica válida e muito eficaz para tratamento de transtornos psicológicos ou simplesmente para aprimorar o acompanhamento dos relatos dos pacientes.

Neste post, explicamos os quatro aspectos mais importantes sobre a técnica para você ampliar suas práticas profissionais. Acompanhe!

1. O que é a terapia brainspotting e qual a sua importância?

Como o próprio nome indica, a terapia brainspotting nada mais é do que uma técnica que auxilia os profissionais da Psicologia a potencializarem seus atendimentos diários. Assim como o EMDR, ela se baseia no método de tratamento focalizado a partir de fontes neuropsicológicas de dor física e emocionais.

Assim, a técnica busca identificar, processar e liberar traumas, dissociações, crenças disfuncionais e outros sintomas que desafiam a saúde psíquica dos pacientes. Isso acontece por meio da ativação de áreas cerebrais específicas por meio da movimentação ocular.

É por isso que a técnica se torna relevante para os psicólogos: além de facilitar o contato do paciente com seus problemas mais íntimos de forma não invasiva, ela permite a construção de um diagnóstico fidedigno e, é claro, o fortalecimento do laço terapêutico durante as sessões.

2. Como ela funciona?

No tópico anterior, explicamos que a brainspotting utiliza os movimentos oculares para entrar em contato com crenças disfuncionais, mas como isso funciona no dia a dia clínico? Para responder essa questão, precisamos compreender os fundamentos da técnica.

Imagine que você está atendendo um atleta de ginástica olímpica que busca potencializar o seu desempenho, mas não consegue realizar os movimentos de salto corretamente. Considerando os relatos e entrevistas preliminares, é possível criar a hipótese de que existe algum trauma ou crença que impede o movimento corporal, certo?

Nesse sentido, você solicita que ele entre em contato com a dificuldade de realizar o salto, a fim de identificar o quanto essa ativação da dificuldade desperta conteúdos emocionais desafiadores, como sensações emocionais e físicas de angústia e desconforto.

Aproveitando essa ativação, o psicólogo deve mostrar a ponta de uma antena que ativa diferentes ângulos visuais quando movimentada, intensificando ou atenuando a mobilização do paciente. Assim, o profissional solicita que o atleta se mantenha concentrado na sua queixa até ambos encontrarem o ângulo em que a ativação é mais intensa.

Consequentemente, você continua movimentando a antena no ângulo escolhido, enquanto o paciente faz uma livre associação, seja na fala sobre o problema, seja na percepção das sensações corporais que são ativadas durante a prática. A partir disso, há vários trajetos terapêuticos possíveis.

3. Quais são as suas vantagens?

Podemos pensar, então, que a técnica é muito semelhante ao processo neuropsicológico de uma meditação, ativando áreas específicas do cérebro que permitem a passagem de conteúdos inconscientes à consciência de forma a não julgar o que vem à tona. Por isso a estratégia facilita a identificação do material emocional profundo que o paciente carrega.

Isso faz com que seja mais fácil entrar em contato com uma série de crenças disfuncionais e distorções cognitivas que guiam o pensar, o agir e o sentir do cliente. E mais: a focalização consegue ativar sensações corporais que integram o material emocional a áreas cerebrais.

Essa associação entre mente e corpo pode ajudar o paciente a identificar seus problemas de forma autônoma, além de aliviar a sensação de que existe algo errado no corpo ou mesmo na forma com que ele sente suas experiências. De quebra, a relação é fortalecida e ambos conseguem ampliar o processo terapêutico.

Por isso falamos que existem três grandes vantagens da terapia brainspotting: a exposição reduzida, a percepção corporal e a mudança global na vida do paciente. Explicamos cada uma delas a seguir.

Exposição reduzida

O brainspotting permite a localização, o enfoque e o processamento de experiências que estão, muitas vezes, fora do alcance da cognição e capacidade linguística do paciente. Isso acontece pela ativação corporal do paciente, fazendo com que ele sinta e perceba no próprio corpo suas angústias e preocupações.

É por isso que ela garante uma exposição reduzida, em que o cliente não precisa falar sobre o que ele está sentindo durante a técnica, a não ser que ele queira. Além disso, o contato com as crenças ocorre de forma processual, diminuindo os impactos negativos de identificar suas distorções cognitivas.

Percepção corporal

Um dos relatos mais comuns dos pacientes que iniciaram a prática é o fortalecimento da percepção corporal. Como a técnica incentiva a materialização das emoções e sentimentos no próprio corpo, é esperado que quem a vivenciou consiga identificar com mais facilidade quando há algo de errado com o corpo.

Isso diminui os processos de somatização que ocorrem em diversos transtornos, além de aumentar a autonomia do paciente no dia a dia. Afinal, ele consegue sentir fisicamente alguma angústia que tem origem emocional, aumentando a percepção sobre sua saúde mental e as possibilidades de substituir pensamentos automáticos disfuncionais.

Mudança global

Por fim, não podemos negar que existe uma mudança global na vida do paciente. Com o aumento da percepção corporal, potencialização da autonomia e exposição reduzida, é possível acessar de forma mais saudável os sintomas e desconfortos e suas origens, otimizando os recursos corporais e emocionais.

4. Para quais problemas essa terapia é indicada?

A terapia brainspotting é uma técnica crescente dentro da terapia cognitiva. Por ser muito recente, cada vez mais pesquisadores dedicam-se ao estudo e intervenção para atestar seus benefícios e validá-la dentro da ciência e profissão. É por isso que sua indicação é, ainda, muito ampla.

No entanto, existem casos em que a brainspotting parece ser mais eficaz, como a psicoterapia esportiva. Para atletas de alto desempenho que têm uma relação intensa com o seu próprio corpo e funcionalidades orgânicas, a técnica torna-se uma excelente aliada dos psicólogos, já que permite o aumento da percepção corporal associada com o autoconhecimento.

Além disso, existem tratamentos de outros fenômenos que podem se beneficiar da técnica para alcançar melhores resultados, como:

  • depressão;
  • timidez;
  • fobias;
  • baixa autoestima;
  • perda de entes queridos;
  • dificuldades de aprendizagem;
  • bullying e processos de exclusão social;
  • síndrome do pânico;
  • dificuldades de relacionamento;
  • excesso de ansiedade e/ou estresse;
  • vítimas de catástrofes naturais.

Vale lembrar que esses são apenas alguns exemplos, essa terapia pode ser utilizada em diferentes casos se o psicólogo perceber a necessidade de intervir de uma maneira mais corporal com o seu paciente. O fundamental é conhecê-la para ter uma carta na manga sempre que necessário.

Percebe como a terapia brainspotting é um recurso interessante para a prática clínica? Além de aumentar suas estratégias de atendimento, ela também fortalece a autonomia e o autoconhecimento dos seus pacientes. Lembre-se de investir em uma boa especialização para reciclar os seus conhecimentos e oferecer melhores atendimentos.

E então, gostou de conhecer um pouco mais sobre essa técnica inovadora? Aproveite a visita para contar um pouco de suas experiências com esse tipo de terapia. É só deixar um comentário aqui embaixo!

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