Qual a relação entre autoestima e terapia cognitivo-comportamental?

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Qual a relação entre autoestima e terapia cognitivo-comportamental?

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem psicológica que foi desenvolvida por Aaron Beck a partir das ciências cognitivas. Um de seus pilares teóricos é a relação entre os pensamentos, as emoções e os comportamentos humanos. Logo, psicólogos que utilizam a TCC buscam ajudar o paciente a entender como esses aspectos se integram na sua vida.

Por isso, a autoestima e terapia cognitivo-comportamental são assuntos muito próximos. Um terapeuta da TCC pode ajudar o paciente a desenvolver mais autoestima a partir de técnicas que o levem a compreender sua situação atual e a modificar padrões para que sejam mais funcionais.

Que tal aprofundarmos nesse tema? Confira mais sobre a relação entre os conceitos e veja o que trabalho terapêutico pode promover!

Desconstrução de crenças

Um dos primeiros elementos que são trabalhados quando um paciente tem demandas relacionadas à autoestima é a identificação e a desconstrução de suas crenças. As crenças são padrões comportamentais que as pessoas desenvolvem ao longo da vida, a partir do que viveram e, principalmente, das suas relações.

Desse modo, é comum que dificuldades de autoestima estejam ligadas a relacionamentos difíceis, sejam familiares, com os amigos, amorosos, profissionais etc, que fizeram a pessoa desenvolver distorções cognitivas sobre si mesma. Ela pode sentir, por exemplo, que não é capaz de fazer boas amizades ou que não é competente no trabalho.

Na terapia, existe a possibilidade de desconstruir as crenças e fazer uma reestruturação cognitiva, ou seja, modificar os padrões de pensamento para enfraquecer as crenças negativas sobre si e desenvolver uma percepção mais positiva e funcional da própria vida.

Mudança de hábitos ruins

Você viu que a TCC foca a relação entre pensamentos, emoções e comportamentos, não é mesmo? Isso também acontece quando se fala de autoestima e terapia cognitivo-comportamental. Ou seja, o psicólogo deve ter atenção em relação a comportamentos ou hábitos que fortalecem crenças negativas.

Além de mudar padrões cognitivos, a pessoa precisa identificar hábitos ruins que atrapalham o seu dia a dia. Esse é um processo a ser feito na terapia, pois a rotina de cada pessoa é muito particular e é necessário entender quais são os comportamentos que podem prejudicar a autoestima.

Um exemplo de intervenção útil é ajudar o paciente a se planejar, de modo a entender o que lhe incomoda e listar de forma consciente mudanças que podem ser feitas. Com isso, ele aumenta o protagonismo na própria vida e muda os hábitos que não considera positivos.

Desenvolvimento do autoconhecimento

O centro de qualquer processo terapêutico é o autoconhecimento. A terapia comportamental tem o objetivo de ajudar o paciente a se conhecer melhor — inclusive, descobrindo aspectos que ele não percebia. Diversas técnicas, como o registro de pensamentos disfuncionais, são úteis nesse desafio.

Com o tempo, é possível que a pessoa vá entendendo melhor o que está por trás da sua baixa autoestima, como memórias, crenças negativas, relacionamentos disfuncionais, hábitos de autossabotagem etc. Identificá-los com o suporte do psicólogo e da TCC permite evoluir muito e ampliar o autoconhecimento.

Consequentemente, torna-se viável fazer uma redefinição da autoimagem. Afinal, se a pessoa descobre que sua autoestima está baseada em padrões negativos, é preciso modificá-los. O terapeuta atua mediando essa redefinição, ajudando o paciente a ser mais racional e construir sua autoimagem a partir de pensamentos funcionais.

Revisão das relações

Como falamos, infelizmente existem relacionamentos que prejudicam a relação de uma pessoa consigo mesma, e algumas situações podem ser especialmente negativas para a autoestima. É o caso de vivências de desamparo na família, relacionamentos amorosos abusivos ou experiências de abuso moral no trabalho.

Em meio a desafios como esses, muitas pessoas podem não ter recursos para elaborar a situação e superá-la. Em diversos casos, os aspectos externos são interpretados internamente e o paciente passa a questionar a própria autoestima, vendo-se de maneira negativa a partir do que os outros viram.

Trabalhar a autoestima na psicoterapia cognitivo-comportamental permite não apenas rever as marcas que as relações deixaram, mas também revisá-las. No processo terapêutico, o paciente pode desenvolver novas formas de estar em seus relacionamentos, fortalecendo sua autoestima e se cercando de pessoas que também façam isso, além de aprender a se proteger das que não fazem.

Atenção à inteligência emocional

A teoria da inteligência emocional é uma das mais relevantes na psicologia. Essa inteligência se refere à capacidade de identificar as próprias emoções e lidar com elas de maneira mais controlada, não se deixando levar por estados emocionais e apenas reagir a eles.

Com certeza, os psicólogos, especialmente os da TCC, têm papel fundamental na mediação de seus pacientes em relação à inteligência emocional. Muitas pessoas que procuram a terapia precisam desenvolver suas habilidades nesse campo para alcançar uma autoestima melhor e realizar diversos objetivos que ainda não atingiram.

Nesse sentido, uma estratégia interessante para o psicoterapeuta é promover exercícios que levem a pessoa a refletir sobre as próprias emoções, por exemplo, solicitando que ela mantenha registros das situações que geram reações emocionais mais fortes. A partir daí, é possível identificar padrões e encará-los com mais inteligência emocional.

Análise de estratégias disfuncionais

Como você pode perceber, quando falamos de autoestima e TCC, um dos pontos centrais é conhecer os padrões cognitivos e comportamentais dos pacientes. Geralmente, eles não estão claros para a própria pessoa, que acaba reagindo e repetindo estratégias disfuncionais em diversas situações da vida.

Vamos imaginar alguém que viva consequências negativas relacionadas à autoestima na carreira. Talvez a pessoa não consiga se promover na empresa e até mesmo desista de compartilhar uma ideia ou argumentar algo diante de colegas de trabalho.

Se ela tem crenças sobre não ser boa o suficiente, pode ser frequente a estratégia disfuncional de não se destacar nos empregos ou chegar ao ponto de desistir deles. Na terapia, isso será analisado e há a possibilidade de rever as escolhas e as posturas da adotadas ao longo da vida.

Percebe como autoestima e terapia cognitivo-comportamental estão muito relacionadas? Os psicólogos que atuam com TCC estão aptos a contribuir bastante com seus pacientes. Para isso, vale a pena se capacitar na área e saber mais sobre a abordagem. Faça isso e tenha bons resultados na clínica!

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Um comentário em “Qual a relação entre autoestima e terapia cognitivo-comportamental?

  1. Muito bom o conteúdo, gostaria de mais informações sobre a TCC, e de como me organizar para atender um paciente em sua demanda.
    Grata!

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