Bullying na população jovem: como abordar em consultório?

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O tema bullying na população jovem é recorrente na área da Pedagogia e da Psicologia. Afinal, durante essa faixa etária e na vivência escolar, na qual as pessoas ainda estão se descobrindo como indivíduos, é comum haver conflitos externos e internos.

O importante é ter em mente que todas as partes envolvidas no ato de bullying merecem atenção. As vítimas precisam de suporte para lidar com os problemas na autoestima e autoconfiança que podem surgir decorrente dessas situações. Já quem pratica precisa de atenção para identificar a origem desses comportamentos.

Por esse motivo, falar sobre bullying no consultório se torna importante. Neste artigo, saiba mais sobre o assunto e confira algumas dicas de como abordá-lo na rotina profissional.

O que é bullying?

Bullying é um termo em inglês utilizado para falar sobre intimidações. O conceito se refere a um comportamento de violência psicológica e/ou física a outras pessoas, sem motivações evidentes.

O bullying é muito comum na idade escolar e pode gerar graves marcas emocionais na população jovem e cerca de 10% dos estudantes já o vivenciaram, segundo o Ministério da Educação e os dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Por esse motivo, é fundamental a conscientização sobre a importância de combater esse tipo de comportamento e procurar ajuda sempre que for vítima desse tipo de agressão.

Como abordar o tema do bullying com os jovens no consultório?

Ao receber pacientes no consultório que lidam com bullying, é fundamental a escuta atenta dos relatos. Fazer perguntas sobre o cotidiano, principalmente na escola, desses jovens ajuda a trazer o tema nas sessões de terapia.

Além disso, observar comportamentos típicos de quem sofre bullying pode auxiliar na hora de introduzir esse assunto nas conversas em consultório. Entre os principais sinais de quem é vítima desse tipo de violência, é possível mencionar:

  • tendência ao isolamento social;
  • baixa autoestima;
  • dificuldade ou medo de se expressar;
  • timidez excessiva ou vergonha de comportamentos cotidianos;
  • desinteresse pela escola;
  • marcas de agressões físicas no corpo;
  • irritabilidade e agressividade;
  • choros repentinos.

Já quanto às pessoas que praticam bullying, também é possível identificar alguns sinais, como:

  • agressividade e inquietação;
  • baixa autoestima com tendência a comportamentos de compensação;
  • naturalização da violência.

Como lidar com vítimas de bullying?

Para começar, é importante conscientizar as vítimas de bullying de que o que estão sofrendo é um tipo violência. Muitas crianças e adolescentes podem encarar essas situações como brincadeiras de mau gosto e diminuírem a gravidade do assunto.

Além disso, é fundamental oferecer um espaço de acolhimento e conquistar a confiança do paciente, para que, aos poucos, sinta menos inibição de falar sobre o que vivencia. Vale a pena destacar que é comum que as vítimas de bullying se sintam envergonhadas e até mesmo com a sensação de inferioridade por sofrerem esse tipo de violência no dia a dia.

Por esse motivo, mostrar que não há problema algum em se expressar e fortalecer a confiança do paciente se torna fundamental. O uso de algumas ferramentas e técnicas cognitivas, como palavras de afirmação, escrita terapêutica e práticas artísticas podem auxiliar na expressão e na liberação de sentimentos negativos, como raiva, culpa e vergonha.

Como lidar com quem pratica bullying?

É válido ressaltar que as pessoas que praticam bullying também são vítimas. Afinal, crianças e adolescentes não aprendem atos violentos por conta própria. Inclusive, muitos jovens que praticam essas ações na escola sofrem no dia a dia com abuso psicológico ou físico dentro de casa, ou em outros espaços sociais.

Por essa razão, o papel do psicólogo para lidar com quem pratica bullying deve ser, desde o início, auxiliar a pessoa a entender de onde vieram esses comportamentos. Com a compreensão das origens, é possível desconstruir as motivações que levam uma pessoa a oprimir os colegas.

No geral, falar sobre bullying na população jovem é importante para evitar marcas de traumas vividos nessa faixa etária. Com o apoio psicológico, tanto as vítimas quanto os praticantes podem encontrar equilíbrio emocional e desenvolverem comportamentos mais saudáveis.

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