É comum que as pessoas enxerguem a infância como um período feliz e livre de problemas. Na verdade as crianças estão, como qualquer pessoa, expostas a momentos tristes e a transtornos psíquicos. A prevalência de casos como depressão e ansiedade tem inclusive aumentado no público infantil.
Por conta disso, a Psicologia passou a dar uma atenção especial a essa faixa etária nos últimos anos. O atendimento psicológico a crianças apresenta uma série de particularidades em relação à terapia para adolescentes e adultos. Assim, o ideal é que o psicólogo busque conhecimentos específicos sobre essa etapa do desenvolvimento.
Quer saber mais sobre esse assunto? Leia nosso post e informe-se sobre como utilizar as técnicas de terapia cognitivo-comportamental no atendimento a crianças!
O que é a terapia cognitivo-comportamental?
Uma das principais características dessa abordagem é compreender a dinâmica humana a partir de seus aspectos cognitivos, comportamentais e sociais. O psiquismo é um sistema dinâmico, que sofre influência de diversos fatores ambientais como os relacionamentos familiares e o contexto escolar.
As técnicas de terapia cognitivo-comportamental são muito efetivas no tratamento de diversos transtornos mentais, porque elas focalizam o presente e tem o objetivo de modificar estruturas cognitivas e comportamentais que alimentam os aspectos adoecedores da vida dos pacientes. Assim, é possível conquistar avanços importantes ao longo de cada encontro com o psicólogo.
Como funcionam as sessões de psicoterapia?
A abordagem cognitivo-comportamental apresenta uma sólida base teórica e uma série de técnicas que orientam o profissional na sua atuação clínica. Em geral, as sessões são conduzidas seguindo uma rotina comum que inclui uma breve verificação de humor, a retomada do encontro anterior e a definição de uma agenda para a sessão atual.
Além disso, o psicólogo costuma trabalhar com tarefas de casa — que são passadas para o paciente após cada encontro e revisitadas no seguinte. Essa delimitação faz com que a terapia cognitivo-comportamental seja considerada uma abordagem focada, apresentando resultados muito positivos ainda no curto prazo.
Entre as técnicas de terapia cognitivo-comportamental há o cuidado de dar ao paciente um papel ativo no próprio tratamento. O psicólogo não assume a função de interpretar o que a pessoa traz, mas de analisar a situação junto com ela e, assim, traçarem em conjunto as estratégias para a resolução dos problemas.
Quais são as particularidades do atendimento infantil?
Quando os pacientes são crianças, há exigências particulares para o terapeuta. É preciso analisar as técnicas disponíveis e ver a necessidade de adaptação, considerando cada fase do desenvolvimento. Uma estratégia muito presente nesse tipo de atendimento é o uso de instrumentos próprios da infância, como brinquedos, desenhos e outras atividades lúdicas.
A terapia cognitivo-comportamental com crianças também inclui entrevistas com os pais e reuniões com as pessoas que interagem com o paciente em outros contextos relevantes como a escola. A observação da criança é uma técnica muito importante para o terapeuta, que pode identificar comportamentos disfuncionais para além do que ela fala.
Algo fundamental em qualquer terapia e que ganha especial importância quando se atende o público infantil é o vínculo entre o psicólogo e o paciente, pois a criança precisa se sentir à vontade no ambiente terapêutico. Isso exige do profissional, além de simpatia e disposição, conhecimentos e materiais específicos para esse trabalho — nesse caso, uma sala bem equipada com brinquedos e outros recursos se torna muito mais atrativa.
Assim como a terapia em adultos, o atendimento a crianças também visa a modificação de crenças e comportamentos e o desenvolvimento de estilos de vida mais saudáveis. Entre as técnicas de terapia cognitivo-comportamental mais comuns estão: a identificação e correção de pensamentos automáticos, a reestruturação cognitiva e o treinamento de habilidades sociais.
Por fim, é importante esclarecer que a psicoterapia infantil não pode se limitar apenas ao atendimento da criança. As sessões com a família também são fundamentais para o sucesso do tratamento. Em muitos casos, a intervenção do psicólogo com os pais é a maior necessidade para a saúde mental da criança. Afinal, é no contexto familiar que ela se constrói.
Quando a terapia deve ser indicada?
A terapia cognitivo-comportamental é reconhecida como uma das abordagens psicoterapêuticas de maior eficácia atualmente. Por esse motivo, é uma das mais indicadas para diversos casos de sofrimento psíquico ou transtornos mentais e comportamentais.
Como dissemos, o número de crianças com doenças como depressão e ansiedade tem aumentado nos últimos anos. As razões para esse aumento são bastante discutidas e ainda não há um consenso quanto a isso. Também crescem os diagnósticos de condições como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e o autismo. Todos esses são indicativos para o tratamento com um psicólogo cognitivo-comportamental.
Crianças que não têm necessariamente um transtorno psíquico também podem colher muitos benefícios da psicoterapia. É comum que os pais procurem esse tipo de atendimento quando a criança está enfrentando dificuldades na escola ou apresenta mudanças bruscas de comportamento — aumento da agressividade, por exemplo.
Entre as situações mais frequentes para a procura da terapia infantil estão a separação dos pais ou a vivência de uma situação extrema, como a mudança de cidade ou a morte de algum parente. Também se faz muito presente o sofrimento gerado na escola, como é o caso do bullying.
Quais os desafios de se atender crianças?
A psicoterapia para o público infantil geralmente é mais desafiadora para o psicólogo, já que a criança não consegue se expressar tão facilmente quanto o adolescente ou o adulto. É preciso ter muita atenção para compreender as linguagens infantis.
Além disso, o profissional precisa estar disposto a acompanhar a energia das crianças. A ludicidade é uma das principais ferramentas do psicólogo, tornando necessário que ele esteja disponível para brincar e se conectar com o paciente. Muitas observações e intervenções são feitas no momento da brincadeira.
Para prestar um atendimento de qualidade, o psicólogo precisa conhecer profundamente o desenvolvimento infantil. Por isso, é muito comum que os profissionais que se interessam por essa área busquem cursos de especialização.
De fato, existem muitas peculiaridades no atendimento a crianças na Psicologia clínica, mas você pode contar com as técnicas de terapia cognitivo-comportamental no seu trabalho. Essa teoria oferece uma ótima base para a condução da psicoterapia infantil.
E então, o que achou deste post? Quer compartilhar alguma experiência ou dúvida? Deixe um comentário logo abaixo!