Não há como negar: profissionais recém-formados em Psicologia normalmente apresentam uma série de dúvidas em relação ao manejo de casos complexos na clínica privada. Afinal, estar em contato com pacientes que demonstram um grande nível de sofrimento não é tarefa fácil, é preciso preparo e muitas ferramentas para auxiliá-los sem colocar em risco a saúde mental.
Uma das psicopatologias que mais trazem dificuldades para os psicólogos é o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) — você sabe o que ele é e qual é o melhor tratamento para o TOC? Por apresentar uma série de marcadores, o transtorno pode resultar em diferentes níveis de sofrimento para o paciente, pois cria uma rotina diária cansativa, podendo desenvolver outras dificuldades, como a ansiedade e a culpa.
Para ajudar a encontrar o melhor tratamento para o TOC, preparamos este conteúdo com as principais informações sobre o transtorno e como manejá-lo na clínica. Acompanhe!
Entenda o que é o Transtorno Obsessivo Compulsivo
Antes de conhecer os melhores tratamentos para o TOC, é fundamental compreender o que caracteriza esse construto. Afinal, sem identificar seus principais marcadores, como as causas, os sintomas e as formas de diagnóstico, fica mais difícil reconhecer quais técnicas devem ser aplicadas com seu paciente, não é verdade?
O TOC é um transtorno que traz à tona crises de compulsões e obsessões, modelando comportamentos, pensamentos e sensações que impactam a rotina do paciente. Assim, o cliente pode apresentar uma série de pensamentos obsessivos que se relacionam com suas atitudes ou não.
A seguir, separamos as principais informações sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo para que você aprofunde seus conhecimentos na área. Confira!
Causas
Ainda que os estudos na área da Psicologia sejam vastos, existem poucas evidências que caracterizam as causas do TOC. Por ser uma psicopatologia, é difícil identificar os determinantes que auxiliam no desenvolvimento do transtorno porque existem variáveis sociais, culturais, comportamentais e biológicas que impactam o dia a dia do paciente.
Nesse sentido, quando falamos das causas do TOC, precisamos ter em mente uma série de fatores que influenciam não só no desenvolvimento do transtorno, como também na manutenção dos sintomas. São eles: qualidade de vida, contexto familiar, cultura em que o paciente está inserido, funcionamento cerebral, nível de estresse no trabalho e nas relações cotidianas, aspectos genéticos e outros casos de transtorno na família.
Sintomas
No último tópico, você pôde perceber que não existe uma única causa para o TOC, havendo, na verdade, uma interação entre diversos fatores biopsicossociais que propiciam o desenvolvimento, fazendo com que apareçam sintomas que diminuem a qualidade de vida e o bem-estar do paciente.
Mas, afinal, quais são esses sintomas? Bom, cada paciente tem uma manifestação do transtorno, apresentando uma rotina específica que deve ser realizada de maneira sistemática para que alivie o estresse, perfeccionismo e ansiedade. No entanto, essa rotina não necessariamente apresenta comportamentos obsessivos.
Existem casos nos quais os sintomas se mantêm no nível da abstração, aparecendo como pensamentos obsessivos e compulsivos que podem ou não influenciar as atitudes do paciente. Assim, os níveis de ansiedade tendem a aumentar e as comorbidades passam a acontecer, como as crises de estresse, nervosismo, fobia social e, muitas vezes, depressão associada à solidão.
Então, qual é a relação entre a obsessão e a compulsão? Via de regra, os pensamentos repetitivos — ou as chamadas obsessões — originam os comportamentos compulsivos, os quais fazem com que o paciente crie um ritual de atividades idênticas, como conferir diversas vezes se a porta foi realmente trancada.
O fato é que esse ritual ocorre de maneira consciente, aumentando o nível de ansiedade do paciente por compreender que aquilo está acontecendo em função de um pensamento obsessivo que, por mais que ele tente, não consegue evitar. É aqui que entra o papel fundamental da Psicologia de intervir com tratamentos eficientes.
Formas de diagnóstico
O processo de diagnóstico é um passo importante para intervir em pacientes com TOC. Afinal, é por meio dele que você conseguirá identificar quais são os principais sintomas e as possíveis causas do transtorno, encontrando as melhores soluções para serem construídas junto ao cliente no ambiente terapêutico.
Uma das melhores formas de diagnosticar o TOC é por meio da avaliação psicológica, investindo em uma boa entrevista de anamnese para recolher dados importantes em relação à família do paciente, aliada às sessões iniciais para escutar a queixa do cliente e averiguar se ela é compatível com o diagnóstico feito na literatura.
Conheça os tratamentos mais indicados para TOC
Os tratamentos para os processos psicológicos devem, sobretudo, envolver uma psicoterapia de qualidade. Afinal, estamos falando de patologias que abordam fatores psicológicos e comportamentais que podem ser favorecidos quando o paciente recebe um atendimento especializado.
No entanto, não há como negar que existem casos em que a medicação é uma excelente aliada e oferece benefícios comprovados para os clientes, principalmente aqueles que apresentam um alto nível de ansiedade e estresse em função dos sintomas do TOC. Além disso, para aqueles que têm um ritual extenso e cansativo, a medicação pode auxiliar no controle dos impulsos.
Acontece que ela não deve ser tomada como a única alternativa, muito pelo contrário: qualquer intervenção medicamentosa, ainda que bem-feita, precisa ter o acompanhamento de profissionais qualificados e agir de forma multidisciplinar, englobando um psicólogo e psiquiatra.
Saiba quais são os benefícios da terapia cognitivo-comportamental
O crescimento da terapia cognitivo-comportamental (TCC) ocorreu por meio da validação de diversos estudos científicos que mostram os avanços da abordagem no manejo e tratamento de casos complexos. Com o TOC, não seria diferente: a TCC apresenta uma série de técnicas que auxiliam não só o psicólogo em sua intervenção, mas também o paciente no desenvolvimento de sua autonomia.
Em outras palavras, a terapia cognitivo-comportamental e o TOC se relacionam de maneira positiva, já que a TCC apresenta uma série de técnicas, exercícios e instrumentos que o paciente e o terapeuta podem realizar em conjunto na sessão, auxiliando no alívio dos sintomas, na modelagem dos comportamentos compulsivos e, é claro, dos pensamentos obsessivos.
Por exemplo, o paciente pode utilizar os registros diários como forma de automonitoramento, reconhecendo quantas vezes repete o seu ritual, além de identificar quais são os gatilhos que o levam a realizar as ações ou, ainda, que despertam os pensamentos obsessivos.
Assim, o psicólogo recebe uma grande rede de informações que contribuem para o desenvolvimento de uma intervenção qualificada, ao mesmo tempo em que o paciente percebe as situações-gatilho que aumentam os sintomas do transtorno, buscando evitá-las ou enfrentá-las de forma mais saudável.
O tratamento para TOC deve ser feito de maneira consciente e em conjunto com o paciente. Para isso, uma das melhores abordagens que pode — e deve — ser utilizada é a terapia cognitivo-comportamental, pois oferece um suporte teórico e técnico bastante sólido que auxilia a sua intervenção e ainda proporciona autonomia para seus clientes.
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Gostei muito do conteúdo, tenhoei filho com toc a gente sofre muito com isso tudo obrigada