Saiba como lidar com as incertezas em tempos de pandemia!

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Cada indivíduo é único, então, naturalmente inexiste um padrão comportamental — uma mesma maneira de reagir diante de situações adversas. Contudo, em se tratando de um momento tão atípico, delicado e que, inevitavelmente, vem afetando toda a população de alguma forma, como o período pandêmico que vivenciamos, há sentimentos que são praticamente unânimes, como os relacionados às incertezas em tempos de pandemia.

Dados de uma pesquisa conduzida pela Inteligência de Mercado do Grupo Abril em parceria com o MindMiners (um instituto de pesquisas digitais), inclusive, confirmam essa angústia geral. No levantamento realizado em 2020, em que 4.693 pessoas, entre mulheres e homens de diversas localidades, foram entrevistadas, mais da metade afirmou ter grande preocupação com o novo cenário originário da disseminação desenfreada da COVID-19.

Simultaneamente e, muito provavelmente, como um reflexo dessa inquietação gerada pelo contexto, também foi perceptível o aumento expressivo da procura por atendimento dedicado à saúde mental. Afinal, uma grande parcela dos brasileiros aponta que houve uma piora nos níveis de sanidade. Em razão de tudo isso, faz-se necessário que os profissionais da Psicologia estejam preparados para conduzir o tratamento dos pacientes da melhor maneira, sabendo orientá-los para que sejam capazes de enfrentar as incertezas em tempos de pandemia.

Neste texto, o nosso intuito é auxiliá-lo nessa missão com algumas sugestões de medidas a serem adotadas. Boa leitura!

Ensine-os a gerenciar melhor o tempo

Logo que a pandemia de COVID-19 iniciou — quando, naturalmente, ainda não se sabia quanto tempo poderia durar —, com as mudanças que ocorreram no dia a dia, como a adoção do regime home office, muitos passaram a utilizar o tempo livre para estudar, deixando de lado as atividades de lazer. Contudo, mais de um ano e meio depois, é imprescindível haver uma reflexão nesse sentido.

Então, converse com o seu paciente e ressalte a tamanha importância de lançar um olhar mais crítico sobre as atividades rotineiras com a finalidade de identificar pontos que podem ser melhorados e hábitos que podem ser modificados para haver uma melhora da qualidade de vida e, naturalmente, da saúde mental. Oriente-o, por exemplo, sobre a relevância de equilibrar as obrigações com outras práticas que funcionem como uma distração — como fazer uso das redes sociais para socializar, assistir a filmes e séries, dedicar um tempo à leitura como hobby etc.

Ajude-os a definir metas realistas

Não é incomum que, com o tempo, surja uma sensação de que a vida tem sido levada em “suspensão”, como se os dias fossem vividos, mas não aproveitados. Quando isso acontece, por vezes, as pessoas acabam se sentindo obrigadas a ter uma alta produtividade no cotidiano e, com isso, metas irrealistas são definidas.

Se esse for o caso, explique ao paciente que não há problemas em estabelecer propósitos, mas, especialmente em um momento tão delicado, em que já é necessário lidar com tantas outras questões, como a ansiedade, o medo, a saudade daqueles que deixaram de ser vistos com frequência em razão do isolamento social e, em alguns casos, até mesmo o luto pela perda de pessoas queridas que não resistiram à doença, é fundamental “pegar leve”.

Então, incentive-o, por exemplo, a anotar grandes objetivos (de longo prazo) e pequenas metas que sejam realistas e coerentes com o contexto vivido.

Além disso, uma boa ideia pode ser aconselhá-lo a adotar o sistema de recompensas. Isso o ajudará a manter a motivação e fará com que ele tenha algo a comemorar, por menor que seja, durante a jornada.

Explique a importância de saber dizer “não”

Como dito, uma das mudanças que ocorreram no cotidiano de uma grande parcela das pessoas foi a implementação do regime de trabalho remoto, de modo que os profissionais passaram a desempenhar as suas atribuições de casa. Para a grande maioria, isso se deu de maneira repentina, não havendo tempo para uma melhor preparação e para o estabelecimento de limites, por exemplo.

Isso acabou por resultar em um aumento da jornada de trabalho, principalmente pelo surgimento de demandas fora do expediente e de pedidos de última hora, que, em razão do receio de parecer pouco cooperativo, sempre eram atendidos. Contudo, dizer “não” diante de solicitações inconvenientes e que, acumuladas, acabam por impactar a saúde mental, causando exaustão, é até uma ação de autoproteção. Então, trabalhe esse mecanismo com o seu paciente e o auxilie a definir limites.

Como visto, diante de tantos sentimentos conturbados e das inúmeras incertezas em tempos de pandemia — dos quais, infelizmente, não há como fugir —, é essencial rever os hábitos e adotar práticas mais saudáveis e que preservem a sanidade. Por isso, como profissional da Psicologia, prepare-se para saber orientar os seus pacientes, capacitando-os para manterem o equilíbrio tão necessário entre o corpo e a mente e, com isso, uma boa saúde mental.

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