Qual a importância da inteligência emocional no trabalho do psicólogo?

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O tema da inteligência emocional tem sido muito frequente em discussões de cunho profissional nos últimos anos. Há um entendimento de que as capacidades técnicas não são os únicos fatores relevantes para o sucesso na carreira.

Afinal, elementos ligados às emoções e comportamentos também afetam muito o desenvolvimento dos profissionais de diversas áreas. Na Psicologia, as habilidades pessoais têm importância garantida. Afinal, como trabalhar mediando processos humanos sem ter essas competências?

Quer saber mais sobre o assunto? Então, confira este post para entender o papel da inteligência emocional no trabalho do psicólogo!

O que significa inteligência emocional?

Há alguns anos, quando se falava de inteligência era comum associar apenas a aspectos técnicos, como capacidade de raciocínio lógico. Por isso, no passado, os testes de quociente de inteligência (QI) foram muito usados para medir as habilidades de uma pessoa. Entretanto, essa ideia começou a ser criticada na área da Psicologia.

Howard Gardner foi um dos que questionou essa posição tradicional e desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas, que defende a existência de diferentes tipos de habilidades. Nesse mesmo caminho, estudiosos da área apresentaram também o conceito de inteligência emocional — o psicólogo Daniel Goleman é um deles.

Essas discussões foram, aos poucos, desconstruindo a supremacia da inteligência técnica ou racional e evidenciando outros elementos importantes no desenvolvimento pessoal e profissional. Ser emocionalmente inteligente tem relação com a capacidade de administrar as próprias emoções e saber se relacionar com as outras pessoas, compreendendo também o que elas sentem.

As habilidades dessa ordem proporcionam que alguém consiga construir relacionamentos mais saudáveis e obtenha mais equilíbrio em sua vida. No trabalho, isso permite, por exemplo, evitar e resolver conflitos, administrar melhor possíveis crises, manter-se motivado, organizar eficientemente seus objetivos e metas, conquistar reconhecimento etc.

Quando a inteligência emocional está bem desenvolvida fica mais fácil para a pessoa identificar o que está sentindo e controlar as suas reações, tanto nas relações pessoais quanto no trabalho. Essa é uma capacidade extremamente útil, já que evita que você se torne passivo diante de suas emoções.

Por que essa inteligência é útil para o psicólogo?

Depois de saber um pouco mais sobre inteligência emocional, provavelmente você percebeu a importância dela para a vida e a carreira de qualquer pessoa — principalmente na Psicologia. Como as funções do psicólogo envolvem o contato com outros seres humanos, as habilidades emocionais ganham maior relevância.

A empatia, por exemplo, é fundamental para o trabalho do psicólogo. A capacidade de identificar as próprias emoções e controlá-las também faz muita diferença no dia a dia desse profissional, que deve ajudar as pessoas a lidar com suas dores e desafios. Assim, saber perceber emoções e ter boas relações são competências necessárias nessa área.

Em muitos campos de atuação, o psicólogo vai se deparar com situações-limite. Ao entrar em contato próximo com o sofrimento de seus pacientes, ele precisa de um cuidado especial para ser capaz de ajudar sem absorver os problemas para si mesmo.

Outro ponto relacionado à inteligência emocional no trabalho como psicólogo é ser capaz de perceber os próprios limites. Em alguns casos, o profissional pode não ser o mais indicado para trabalhar determinadas demandas. Quando acontece de algo mexer muito com o seu lado emocional, por exemplo, pode ser indicado encaminhar o paciente para um colega.

Logo, é preciso desenvolver a inteligência emocional para perceber os próprios sentimentos e tomar decisões mais conscientes acerca do trabalho. As intervenções do psicólogo têm um peso muito significativo para quem procura seu serviço. Por isso, sua atuação exige grande responsabilidade — para a qual o conhecimento técnico não é suficiente.

Como desenvolver inteligência emocional?

Se as competências técnicas e racionais não são os únicos elementos necessários para o trabalho do psicólogo, é importante se perguntar como as outras habilidades podem ser desenvolvidas. Afinal, é possível aprender a ser mais inteligente do ponto de vista emocional? Sem dúvida, sim! Veja algumas ações envolvidas nesse processo.

Estudos

Estudar Psicologia não é aprender apenas teorias e técnicas de intervenção. O psicólogo também se forma emocionalmente durante a faculdade, a pós-graduação e outros cursos que faz. Isso acontece por meio de reflexões práticas, leituras e estudos teóricos, análises de casos, discussões éticas, compartilhamento de experiências etc.

Por isso, sempre é válido continuar os estudos e construir parcerias com professores e colegas que podem enriquecer a sua inteligência emocional. Além de dominar os conhecimentos teóricos, o psicólogo precisa entender mais sobre a prática de autoconhecimento, empatia e mediação de conflitos, por exemplo.

Terapia

Passar por um processo de psicoterapia é um cuidado fundamental para psicólogos, principalmente os que atuam ou desejam atuar na clínica. A terapia é um espaço rico para desenvolver o autoconhecimento e se tornar capaz de avaliar as próprias emoções, pensamentos e comportamentos dentro e fora da profissão.

Assim, fazer psicoterapia é uma estratégia muito interessante para desenvolver a inteligência emocional. E se o papel do psicólogo como profissional é exatamente mediar esse desenvolvimento em seus pacientes, torna-se fundamental que ele mesmo passe por isso. Afinal, como auxiliar uma pessoa a se entender melhor, se você ainda não fez isso consigo mesmo?

Supervisão clínica

Por fim, outra ideia para quem busca maior desenvolvimento emocional é investir na supervisão clínica. Ela consiste em ter um colega (geralmente mais experiente no consultório) para avaliar seus relatos de caso e ajudar a perceber detalhes que possam não ter recebido tanta atenção.

Ter um olhar externo ajuda muito a aperfeiçoar as suas intervenções, principalmente quando o psicólogo está nos primeiros anos de atendimento clínico. Além disso, a supervisão também proporciona que você perceba o seu papel na relação com os pacientes — ou seja, identifique como cada caso pode afetar as suas emoções. Fazer isso é essencial para tomar decisões mais conscientes na profissão.

Percebeu como a inteligência emocional se faz presente no dia a dia dos profissionais de Psicologia? É importante avaliar como estão as suas habilidades dessa ordem e buscar formas de sempre continuar desenvolvendo elas. Afinal, competências emocionais serão necessárias ao longo de toda a carreira.

E então, você está buscando formas de se aperfeiçoar? Leia nosso post sobre a especialização em terapia cognitivo-comportamental!

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