A autoestima é, em suma, uma espécie de avaliação que um indivíduo faz sobre si mesmo — podendo ser tanto negativa quanto positiva. No entanto, aqueles que sofrem com a autoestima baixa tendem a se sentir incapazes e inseguros, elementos que acabam por afetar inúmeros aspectos da vida pessoal e da profissional.
Na perspectiva da psicanálise, esse fator está associado diretamente ao desenvolvimento do ego de uma pessoa. Então, é justamente a percepção distorcida que alguém tem de si próprio, especialmente a partir da maneira de agir e da forma de pensar, que faz surgirem sentimentos de inferioridade, de autocensura e de autocrítica. Assim, cabe ao profissional da área de saúde mental identificar a manifestação desses “sintomas” e ajudar o paciente a recuperar a autoestima.
Neste post, abordaremos justamente como ter um olhar sensível para reconhecer os sinais que indicam uma baixa autoestima e de que forma o psicoterapeuta pode conduzir as sessões visando trabalhar essa questão. Continue a leitura!
Quais são os principais sinais que têm relação com a baixa autoestima?
Antes de elencarmos os principais sinais que indicam que o paciente pode sofrer com uma baixa autoestima, é interessante compreendermos — a partir do entendimento de que se trata do resultado da percepção do indivíduo sobre si mesmo — as eventuais causas. Comumente, pensamentos e sentimentos autodepreciativos não surgem de um momento para outro.
Via de regra, há fatores externos, como os sociais e os culturais, que acabam por trazê-los à tona. Alguns dos mais habituais são, por exemplo, a ausência de conexões e de representatividade social, a pouca autonomia corporal e sexual, a falta de independência financeira, a liberdade de expressão e de pensamento reduzida etc. Como consequência, então, é possível que, nas sessões, você identifique que o paciente:
- tem tendência a desistir das coisas antes mesmo de iniciá-las;
- tem o hábito de falar mal de si próprio, apequenando as qualidades e agigantando eventuais defeitos e/ou falhas;
- evita encarar a si mesmo, seja em espelhos, seja em fotografias;
- foge de tudo que pode representar um compromisso por medo de falhar;
- ofende-se facilmente.
Nesses casos, como é possível começar a ajudá-lo a recuperar a autoestima?
A recuperação da autoestima é um processo que, muitas vezes, pode ser demorado, afinal, requer que o paciente modifique a sua maneira de enxergar a si mesmo e aproxime-se mais da própria essência. Desse modo, esse é um trabalho que demanda uma série de mudanças — tanto internas quanto externas. Entretanto, atingir um determinado propósito sempre exigirá um primeiro passo e, nesse sentido, você pode ajudá-lo a iniciar orientando-o a:
- evitar comparações com outras pessoas, buscando manter em mente que cada uma delas tem as suas peculiaridades e a própria história de vida;
- celebrar até as pequenas conquistas, seja a compra de um objeto material muito desejado, seja uma ação que ele vinha procrastinando há muito tempo, como matricular-se na academia;
- ser mais compassivo com os próprios deslizes, exercendo também consigo mesmo a própria capacidade de perdoar os demais;
- buscar entender o que funciona para si, no sentido do que pode auxiliá-lo a conquistar uma autoconfiança maior — nesse caso, vale aprender uma habilidade nova, cuidar mais da estética, praticar uma atividade a qual ele já domina, inserir um novo hobby na rotina etc.
Como visto, recuperar a autoestima é possível, mas é um objetivo que somente será alcançado de forma colaborativa. Ou seja, você, como profissional, deve conduzir o seu paciente no caminho que o levará a modificar a percepção que ele tem sobre si mesmo, tornando-a positiva. Contudo, é fundamental que ele também esteja disposto a dar os passos necessários e seja receptivo à ideia de trabalhar esse fator na psicoterapia.
A propósito, falando em conduzir o paciente pelo caminho necessário em busca do atingimento do objetivo, você conhece as principais abordagens da psicoterapia às quais é possível recorrer? Pois leia o nosso post e aprofunde-se no tema!