Reestruturação Cognitiva: entenda como a TCC pode ajudar nesses casos

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Reestruturação Cognitiva: entenda como a TCC pode ajudar nesses casos

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem da Psicologia que alinha os conhecimentos cognitivos à transformação comportamental dos pacientes. Trabalhar com ela implica em aplicar as técnicas da reestruturação cognitiva para auxiliar os pacientes no seu processo terapêutico e, então, ser um caminho para que eles conquistem mais qualidade de vida.

Então, do que se trata a reestruturação cognitiva e qual é o seu real impacto no desenvolvimento do paciente? Por meio de técnicas e metodologias, o terapeuta e o cliente trabalham juntos para transformar e ressignificar pensamentos disfuncionais que causam sofrimento.

Pensando em ajudar você a compreender como funciona esse processo psicoterapêutico, desenvolvemos este conteúdo com as principais informações sobre a reestruturação cognitiva e sua importância. Confira!

O que significa a reestruturação cognitiva e qual seu objetivo?

Como você já deve ter percebido, a reestruturação cognitiva é considerada um processo terapêutico que orienta o trabalho da terapia cognitivo-comportamental. A prática tem como objetivo, então, fazer com que o psicólogo e o paciente trabalhem em equipe para identificar os pensamentos disfuncionais do cliente e transformá-los em crenças funcionais, adaptativas e realistas.

Afinal, para a TCC, a maneira como significamos os acontecimentos de nossas vidas influencia diretamente no modo como nos sentimos diante deles. E mais: impacta nas estratégias de enfrentamento que criamos para lidar com as situações. Por meio desse processo, é possível trabalhar não só com uma abordagem terapêutica, mas também com a psicoeducação.

Com as técnicas utilizadas, o paciente consegue ressignificar os seus pensamentos e esquemas, construindo crenças saudáveis e alinhadas com a realidade da situação. Consequentemente, ele se torna capaz de mudar a sua perspectiva de vida e reformular a maneira que interpreta novas experiências.

Qual o modelo da reestruturação cognitiva?

A reestruturação cognitiva é a base da terapia cognitivo-comportamental. Sem ela, o terapeuta pode encontrar desafios em aplicar as técnicas, já que não dificilmente conseguirá orientar o trabalho, a fim de auxiliar o paciente a desenvolver crenças saudáveis.

Para evitar que isso aconteça, esse processo terapêutico conta com um modelo que auxilia o trabalho dos psicólogos e, consequentemente, garante um avanço satisfatório na transformação dos pacientes. Ele é chamado de modelo A-B-C, explicamos cada parte dele, nos próximos tópicos.

Letra A

Para esse modelo, as cognições precederão as emoções. Isso quer dizer que o pensamento apresenta um papel muito importante na explicação não só do comportamento do paciente, como também das suas alterações emocionais relacionadas a algum acontecimento. Por isso a primeira letra do modelo representa a situação-gatilho que gerou o pensamento disfuncional.

Letra B

A letra B, por sua vez, representa a própria cognição que o paciente atribuiu à situação vivenciada, ou seja, a letra A. Nesse sentido, ela pode ser o pensamento que ele teve no momento do acontecimento, a interpretação e percepção da vivência, ou mesmo, a memória de uma experiência passada.

Letra C

Por fim, a letra C representa as consequências emocionais, físicas e comportamentais da cognição. Normalmente ele aparece de forma automática, como a sensação de parar diante de uma situação que causa angústia e medo. Por isso, é a partir da percepção dessas consequências que o paciente procura auxílio psicológico.

Como ela funciona?

A partir do modelo e conceituação desse processo terapêutico, você deve estar se perguntando como funciona na prática, certo? No início do conteúdo explicamos que a reestruturação cognitiva é aplicada por meio de diversas técnicas, sendo que elas podem — e devem! — ser utilizadas dentro e fora do atendimento.

Essas estratégias são divididas em três momentos que não acontecem de forma separada: a identificação, a contestação e a modificação. Precisamos ter em mente que os esquemas consolidados na nossa estrutura psíquica surgiram a partir de uma série de experiências que tivemos no nosso desenvolvimento.

Isso quer dizer que não há como ocorrer a modificação de uma hora para outra e, além disso, o paciente pode caminhar entre os diferentes momentos até associar e integrar sua própria transformação. Em outras palavras, é possível trabalhar com um cliente que passa pela identificação e contestação para depois voltar à fase inicial e migrar até a modificação.

A seguir, explicamos o que cada momento representa. Acompanhe!

Identificação

Não existe transformação sem conhecer o real problema. Muitos pacientes acreditam que as situações são as responsáveis pelo alto sofrimento vivido. Ainda que os acontecimentos tenham a capacidade de desestabilizar emocionalmente um indivíduo, é a interpretação e a percepção que temos deles que provoca o impacto negativo na saúde mental.

Então, o primeiro passo para iniciar o processo da reestruturação cognitiva é identificar quais são os pensamentos distorcidos que o paciente tem, o auxiliando a aumentar a consciência sobre sua própria cognição. Isso pode ser feito por meio de técnicas de exposição e até relaxamento.

Contestação

A partir do momento em que o paciente já está familiarizado com as suas distorções cognitivas, é necessário intervir de uma maneira mais específica. Nesse momento, o terapeuta aparece como uma figura contestadora, ou seja, realiza diversas perguntas para que o cliente assuma uma postura reflexiva sobre a sua vida.

Gradualmente, o terapeuta consegue planejar experiências comportamentais que levam o paciente a avaliar seus pensamentos disfuncionais. Isso torna possível a testagem de diversas crenças, analisando se ela está coerente com a realidade e a situação vivida.

Modificação

O último momento é o mais esperado do processo terapêutico: a modificação das crenças limitantes. Aqui, os pacientes desenvolvem uma conclusão sobre a real utilidade dos pensamentos disfuncionais e tem a oportunidade de escolher a continuação do seu uso ou a sua transformação e ressignificação para crenças saudáveis.

É fundamental ter em mente que o trabalho do terapeuta não é impor a modificação dessas crenças, muito pelo contrário: é oferecer um espaço de escolha seguro para que o próprio paciente, com suas ferramentas psíquicas fortalecidas, realize a escolha que mais potencializará sua qualidade de vida, de forma consciente e realista.

Qual a relação entre a terapia cognitivo-comportamental e a reestruturação cognitiva?

Começamos este conteúdo explicando que a reestruturação cognitiva é a base que sustenta todas as intervenções da TCC. Afinal, sem ela os profissionais encontram dificuldades em perceber e trabalhar com a progressão do paciente. Associada a psicoeducação, esse processo terapêutico pode se tornar essencial para o desenvolvimento do cliente.

Nesse sentido, o psicólogo consegue devolver no paciente sua flexibilidade cognitiva por meio do autoconhecimento, criando um espaço em que o outro consiga promover suas próprias mudanças emocionais e comportamentais de maneira segura e eficaz. E mais: ela garante mais autonomia para o terapeuta.

Isso porque a reestruturação utiliza uma série de técnicas cognitivo-comportamentais que são aplicadas como tarefas de casa. Assim, além da identificação, contestação e modificação a serem trabalhadas no consultório, o cliente mantém o seu processo terapêutico fora do ambiente clínico. Esse recurso oferece uma série se insights importantes para a resolução do problema.

Por que a reestruturação cognitiva é importante?

A TCC e a reestruturação cognitiva ensinam diversas formas de ver, vivenciar e interpretar uma situação, apresentando ao cliente a possibilidade de escolha que talvez ele nunca tivesse percebido. Isso garante uma grande autonomia para o paciente, que retoma a sensação de controle e consegue diminuir sintomas como ansiedade e nervosismo.

Além disso, por ser um processo terapêutico mais dinâmico, o cliente desenvolve diversas habilidades que podem ser utilizadas depois das sessões ou, até mesmo, quando o atendimento na clínica não for mais necessário. Consequentemente, sua inteligência emocional é fortalecida e ele terá recursos psicológicos suficientes para lidar com as situações desafiadoras da sua realidade.

A intervenção por meio da reestruturação cognitiva garante ao psicólogo um trabalho eficaz e coerente com as demandas do paciente. Por meio de técnicas dinâmicas, é possível estimular o cliente a desenvolver sua autonomia e enfrentar os seus problemas de maneira mais saudável e realista.

E então, o que achou do nosso conteúdo? Se você quer saber mais sobre como funciona a terapia cognitivo-comportamental, entre em contato conosco e conheça nossos cursos!

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