Regulação emocional: entenda como esse conceito funciona e qual é o papel da psicoterapia

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Considerando todos os fatores da modernidade — rotinas atarefadas, problemas de mobilidade urbana, alta desigualdade social, mercado de trabalho competitivo, entre muitos outros —, é comum enfrentar situações de estresse no dia a dia. No entanto, a forma como cada indivíduo lida com esses eventos vai mostrar como isso afeta a sua vida e o seu bem-estar, e a regulação emocional tem tudo a ver com esse assunto.

O problema de não saber lidar com o estresse e as adversidades que todos enfrentamos na vida é que, com o passar do tempo, isso começa a trazer graves consequências para a saúde física e mental, além de dificultar a realização de tarefas simples e a convivência social.

Neste post, vamos explicar um importante conceito que é muito útil na psicoterapia: a regulação emocional. Acompanhe o artigo e entenda a relação desse termo com o acompanhamento psicológico.

O que é regulação emocional?

A regulação emocional é a capacidade da pessoa de compreender as próprias reações emocionais, buscando enxergar situações da realidade da forma que elas são, sem deixar que afetem de forma negativa e intensa a sua própria vida.

Desse modo, a regulação emocional nada mais é do que o hábito de evitar colocar uma alta carga de sentimentos, principalmente negativos, sobre um evento, pessoa ou circunstância. Afinal, tomar essa atitude só vai dificultar a resolução do problema e vai fazer com que ocorra o desequilíbrio das emoções.

A falta de regulação emocional leva a um indivíduo a reagir com mais intensidade a alguns fatos, aumentando o estresse, a ansiedade e a tristeza em relação ao ocorrido. Quando isso se torna um hábito, essa falta de manejo dos sentimentos pode acarretar diversos distúrbios mentais, como transtornos de personalidade ou de ansiedade, depressão, dependência química, transtornos alimentares, entre outros.

O controle emocional é algo aprendido ainda nos primeiros anos de vida, por meio da socialização e educação recebida do ambiente familiar e da escola. Muitas vezes, os indivíduos não recebem uma boa orientação desses espaços, ouvindo estigmas sociais, como “gente grande não chora” ou “homens não podem se mostrar vulneráveis”. Essa atitude de julgamento das emoções é um dos fatores que pode complicar a relação com os seus próprios sentimentos.

Isso porque a inibição de sentimentos não significa fazer com que eles desapareçam. Desse modo, ao receber um estímulo intenso — ou maior do que o indivíduo consegue suportar naquele momento —, a dificuldade de modulação das emoções se mostra evidente e começa a trazer consequências para a sua vida.

Ao aprender a administrar as emoções intensas, descobrir como expressá-las apropriadamente e conseguir focar em outras tarefas, uma pessoa começa a desenvolver padrões de regulação emocional. Quanto mais forem colocados em prática, mais fácil será para entender os seus sentimentos e manifestá-los de forma ponderada e consciente.

Como saber se uma pessoa não consegue se regular emocionalmente?

Uma pessoa que não consegue se regular emocionalmente vai começar a apresentar uma alta resposta emocional a diversos eventos em sua vida, ter dificuldade de retornar ao equilíbrio e se tornar muito mais sensível aos mínimos estímulos.

Consequentemente, essas reações negativas aos estímulos adversos do dia a dia trazem também dificuldades de relação afetiva, queda no desempenho acadêmico ou profissional, mudanças de personalidade e comportamento (despersonalização), irritabilidade, volatilidade, pensamentos automáticos de caráter depreciativo, desrealização e falta de motivação.

Essa vulnerabilidade emocional pode, inclusive, ser somatizada, manifestando sintomas físicos. Pessoas que se estressam muito facilmente com qualquer situação, por exemplo, podem apresentar aumento da pressão arterial, queda da imunidade, dores de cabeça, tensão muscular, entre outros problemas.

Um exemplo de desregulação emocional é quando uma pessoa sai em cima da hora de casa para um compromisso e, quando chega no ponto de ônibus, vê o veículo indo embora. Ao perceber que vai se atrasar, começa a se estressar intensamente e a chorar. Com isso, demora para retornar ao estado calmo para pensar em alternativas para chegar ao local que precisa estar dentro do prazo, avisar sobre a possibilidade de atraso ou outras opções para minimizar o problema.

Como a terapia cognitivo-comportamental ajuda na regulação emocional?

Ajudar um paciente a compreender os seus pensamentos e sentimentos é um exemplo de como funciona a terapia cognitivo-comportamental. Essa área da Psicologia visa entender a maneira que um indivíduo vê a realidade e ajudar a lidar com os problemas de forma mais consciente.

Por esse motivo, a psicoterapia tem um papel fundamental no acompanhamento psicológico de uma pessoa que busca trabalhar a regulação emocional. Entenda mais como esse processo é realizado e as vantagens da terapia cognitivo-comportamental para a melhoria da qualidade de vida!

Explora outras maneiras de reagir

Ressignificar a interpretação de uma situação é um dos primeiros passos para deixar de agir de maneira intensa a qualquer adversidade. Usando o exemplo da pessoa que perdeu o ônibus, quando ela consegue trabalhar outras formas de agir ao evento, ela pode evitar o impulso de acesso de fúria e modular os seus sentimentos para ajudá-la a lidar com o momento.

Isso não significa que a pessoa vai deixar de sentir. Afinal, nenhuma emoção deve ser desconsiderada em nenhum processo. No entanto, as reações emocionais podem sofrer alterações positivas, melhorando a qualidade de vida do indivíduo ao evitar o estresse excessivo frequente.

Estimula a visão racional das situações

Ter uma visão racional das situações nada mais é que entender o que se passa internamente para levar a uma reação. Por exemplo, as perguntas “Como você se sentiu nesse momento?” ou “Por que você reagiu dessa forma?” levam a uma reflexão importante de quais são as origens do problema maior.

Ao visualizar as emoções de forma racional, é possível compreendê-las melhor e administrá-las da maneira mais adequada. Desse modo, o indivíduo consegue criar padrões para realizar a regulação emocional.

Como visto, a falta de regulação emocional tem impacto direto no cotidiano de uma pessoa e, principalmente, em sua saúde. Ao exercitar essa habilidade, é possível modular os sentimentos e tomar melhores decisões, mesmo nos momentos mais difíceis.

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