Nas últimas décadas, abordagens diferenciadas foram desenvolvidas como ramificações da terapia cognitivo-comportamental (TCC), visando ao alcance mais completo dos aspectos emocionais dos pacientes. Uma dessas novas linhas de atendimento clínico é a terapia de aceitação e compromisso ou ACT (Acceptance & Commitment Therapy).
Já está bem estabelecido que a TCC é efetiva diante de diversos problemas psicológicos, como ansiedade generalizada, fobias, depressão, transtorno bipolar, personalidade borderline, bulimia nervosa, dependência química, entre outros.
Os resultados da TCC são alcançados a partir de um conjunto de técnicas que promovem a reeducação cognitiva, ajudando o paciente a reformular seus pensamentos, desenvolver novas estratégias comportamentais e adquirir autonomia frente aos seus conflitos.
Entenda, com a leitura deste post, quando você pode indicar a terapia de aceitação e compromisso para os seus pacientes!
O que é a terapia de aceitação e compromisso?
A terapia de aceitação e compromisso é uma linha de atendimento psicoterápico que faz partes das abordagem de terceira onda da TCC. O pilar central dessa terapia é a prática de Mindfulness ou Atenção Plena.
O objetivo é ajudar os pacientes a identificarem quais são os fatores que causam sofrimento em sua vida e, a partir disso, eles precisam desenvolver:
- a aceitação do que está fora de seu controle;
- o compromisso com ações que melhorem a sua vida.
Assim, a missão do psicólogo é ensinar habilidades mentais para que os pacientes consigam lidar de forma eficaz com os pensamentos e sentimentos que trazem sofrimento psíquico.
Com a ACT, o terapeuta também ajuda a identificar o que é realmente significativo e valioso na vida do indivíduo para que ele saiba usar isso a seu favor, como fonte de motivação e orientação para a mudança, visando ao alcance de uma vida plena e com verdadeiro sentido.
Como são as sessões de ACT?
A terapia de aceitação e compromisso pode ser feita a longo prazo, médio prazo, terapia breve ou ultra breve. Dessa forma, os atendimentos podem variar de 1 sessão de 20 minutos a 40 sessões de 2 horas. Isso depende da complexidade do caso a ser acompanhado.
Nas sessões de ACT, terapeuta e paciente conversam e identificam as áreas problemáticas da vida da pessoa, as quais ela gostaria de melhorar. Assim, é possível dividi-las em áreas menores, tornando mais fácil o manejo dos pensamentos e sentimentos relacionados.
Com técnicas estruturadas, o psicólogo identifica a relação que o paciente constrói entre o pensar, o sentir e o agir/reagir. Conhecendo como esses campos estão interligados, o indivíduo aprende a se manter mais atento frente aos hábitos mentais negativos e responder de maneira mais positiva, contestando seus próprios pensamentos e refletindo sobre o que realmente vale a pena.
Assim, a terapia de aceitação e compromisso fornece o conhecimento e as habilidades necessárias para promover melhora na qualidade de vida das pessoas. Quando as sessões acabarem, o paciente terá capacidade para colocar em prática o que aprendeu, seguindo como seu próprio terapeuta.
Quando essa terapia pode ser indicada?
São vários os casos que podem melhorar com a aplicação da ACT. De modo geral, você pode empregar essa terapia no acompanhamento de pacientes com:
- depressão;
- transtornos de ansiedade;
- estresse no trabalho (Burnout);
- estresse pós-traumático;
- transtorno obsessivo-compulsivo (TOC);
- transtorno de personalidade borderline;
- déficit de atenção e hiperatividade (TDAH);
- dor crônica;
- em ambientes médicos de cuidados primários.
As aplicações da terapia de aceitação e compromisso têm alcançado resultados positivos nessas e em outras situações. Entretanto, isso depende, sobretudo, da participação do próprio indivíduo e de sua vontade de melhorar .
Leia também nosso post sobre empreendedorismo para psicólogos e saiba como expandir sua carreira!