Na Psicologia, uma das abordagens clínicas que mais tem atraído as pessoas é a terapia cognitivo-comportamental (TCC). Isso porque a TCC é mais direta e prática nos tratamentos, fazendo com que os seus resultados podem ser sentidos mais expressivamente por meio de impactos diretos no dia a dia dos pacientes.
Entre os muitos problemas que podem ser tratados por meio dessa abordagem estão a ansiedade, a depressão, a autoestima deficiente e a falta de autocontrole. Como essas questões estão entre as principais causas por trás da compulsão alimentar e do ganho de peso, a TCC é uma aliada no tratamento da obesidade.
Continue a leitura e entenda melhor como essa abordagem terapêutica ajuda pacientes obesos em processo de perda de peso!
Afinal, o que é a terapia cognitivo-comportamental?
A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem que tem como os seus dois pilares o behaviorismo e as ciências cognitivas. O primeiro, como você deve saber, entende que o comportamento é motivado pelo ambiente, por meio de associações entre estímulos e reações.
As ciências cognitivas, por sua vez, entendem que a mente humana é, em boa parte, responsável pela nossa relação com o mundo. Isto é, mais relevante do que o acontecimento em si, é a forma como nós percebemos, interpretamos e reagimos a esse acontecimento.
Em resumo, é a percepção da pessoa que dita o que ela sente. Uma mesma situação pode afetar você de um jeito e o seu amigo de outro: o acontecimento é o mesmo, mas os processos cognitivos de cada um levam a uma forma diferente de interpretá-lo.
Com esses pressupostos, a teoria cognitivo-comportamental busca tratar problemas de saúde mental a partir da identificação dos comportamentos, crenças e hábitos em sua origem. Depois, passa a aplicar técnicas para diminuir a influência de estímulos ambientais motivadores desses comportamentos disfuncionais e para alterar a percepção do paciente sobre eles.
Nessa abordagem, a terapia é um trabalho de equipe em que o paciente precisa se dedicar e focar no objetivo final. O psicólogo ajuda esse paciente a encontrar novas possibilidades de pensamentos — mais saudáveis e funcionais —, de forma a iniciar uma reestruturação cognitiva e comportamental.
Por que a terapia cognitivo-comportamental ajuda pacientes com obesidade?
A obesidade pode ocorrer por diversos fatores, incluindo desequilíbrios metabólicos e tendências genéticas. No entanto, geralmente, há multifatores por trás desse quadro, entre eles psicológicos e comportamentais, que são aspectos que favorecem o desenvolvimento de transtornos alimentares.
Assim, a TCC atua nos fatores que afetam negativamente a saúde mental, favorecendo a luta contra a obesidade. Não à toa, é comum que essa abordagem terapêutica seja indicada para pacientes elegíveis à bariátrica. Assim, há um trabalho de reformulação de pensamentos e emoções em relação aos alimentos, sem o qual pode ocorrer o ganho de peso novamente após a cirurgia.
Como dissemos, a terapia cognitivo-comportamental parte do pressuposto de que o ser humano tem os seus comportamentos motivados, em alguma medida, pela sua interação com o ambiente. Desse modo, se a obesidade é ocasionada por uma alimentação inadequada, a TCC é útil na identificação e no tratamento de fatores ambientais e comportamentais que levam a esses hábitos alimentares.
De que forma a TCC pode ser aplicada no tratamento da obesidade?
Agora que você entendeu melhor as particularidades da terapia cognitivo-comportamental e porque ela pode ser útil no tratamento da obesidade, veja algumas das práticas possíveis no atendimento.
As causas por trás da obesidade
O primeiro passo da terapia cognitivo-comportamental para quem sofre de obesidade é entender as causas por trás da compulsão alimentar. Por meio da avaliação psicológica e das informações acerca do dia a dia do paciente, o psicólogo pode identificar fatores que facilitam o surgimento do transtorno e que desencadeiam essa compulsão.
Entre eles estão a ansiedade, o estresse, a baixa autoestima e a falta de autocontrole. Partindo da identificação dessas questões, ou seja, da “raiz” do problema, o profissional consegue elaborar estratégias que ajudam a lidar com a obesidade e favorecer a perda de peso saudável.
As estratégias de controle de estímulos
O psicólogo, após identificar as situações que desencadeiam episódios de compulsão alimentar, pensa em formas de controlar esses estímulos por meio de técnicas cognitivo-comportamentais. Com isso, são remodeladas ações, crenças e práticas no dia a dia do paciente em favor do objetivo da terapia.
Muitas vezes, há elementos no ambiente que ocasionam esses fatores facilitadores de crises. Portanto, lidar com eles é o início de uma transformação que começa de fora para dentro: evitar a compulsão alimentar objetivamente é o primeiro passo para, depois, tratá-la em sua relação com a cognição.
A educação acerca dos benefícios de hábitos saudáveis
Outra etapa importante desse processo é a educação sobre os benefícios dos hábitos saudáveis. Assim, é interessante que o psicólogo trabalhe em conjunto com outros profissionais da saúde, como nutricionistas e educadores físicos, para a conscientização sobre a relação entre a alimentação e os exercícios físicos e a saúde.
O paciente que entende as funções da nutrição e os ganhos de uma vida ativa pode ter mais facilidade em associar hábitos mais saudáveis com sentimentos positivos. Esse é o começo da chamada reestruturação cognitiva, isto é, a transformação da relação cognitiva do paciente com os alimentos.
A aplicação e a reestruturação cognitiva e comportamental
A reestruturação cognitiva também se estende a outros aspectos. Por exemplo, o psicólogo pode ajudar o paciente a modificar os seus padrões de pensamento sobre a sua própria aparência. Enfraquecer crenças negativas e distorções cognitivas é um grande passo para uma autoimagem saudável, o que pode ajudar a reduzir episódios de compulsão alimentar.
Enfim, como você viu neste conteúdo, a terapia cognitivo-comportamental pode ser utilizada no tratamento da obesidade. Afinal, ela auxilia no autoconhecimento e na identificação de causas mais profundas ligadas a transtornos alimentares. Por meio da TCC, o paciente é capaz de planejar, de forma consciente e prática, atitudes que podem ajudá-lo na perda de peso para uma vida mais saudável.
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