Tríade cognitiva: esclareça suas principais dúvidas agora mesmo!

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Você já ouviu falar na tríade cognitiva? Para quem quer se especializar em terapia cognitivo-comportamental e ampliar cada vez mais suas formas de atuação na Psicologia clínica, compreender esse conceito é fundamental para oferecer um acolhimento seguro para seus pacientes.

Afinal, é por meio dela que você conseguirá trabalhar com os pensamentos automáticos dos pacientes e criar uma base sólida de intervenção e transformação ao longo das sessões. Além de ajudá-lo a compreender a origem dos seus pensamentos e emoções.

Neste post, explicamos o que é a tríade cognitiva para você e como ela aparece nos transtornos psicológicos mais comuns na atualidade. Acompanhe!

O que é a tríade cognitiva?

A tríade cognitiva é uma das bases mais importantes da TCC. Ela representa as três perspectivas que orientam a construção dos pensamentos automáticos dos indivíduos e registram as diferentes distorções cognitivas que podem ser desenvolvidas ao longo da vida de alguém.

Nesse sentido, ela é sustentada por três grandes pilares: a visão que o paciente tem de si mesmo, do outro ou do mundo e do futuro. Como você deve imaginar, esses pontos são fundamentais para elaborar questionamentos socráticos e iniciar a reestruturação cognitiva nas sessões.

É por isso que a tríade cognitiva serve como uma ferramenta de análise e compreensão de diferentes transtornos emocionais, como a depressão e a ansiedade. Afinal, cada estado de sofrimento psíquico apresenta transformações importantes sobre a visão que o paciente tem de si, do outro e do seu futuro.

Consequentemente, é possível visualizar uma série de distorções cognitivas que se relacionam aos pensamentos automáticos e auxiliam não só na construção de um diagnóstico mais fidedigno, mas principalmente em um acompanhamento especializado nas sessões e na promoção de autonomia para os pacientes.

Para aprofundar mais os seus conhecimentos, explicamos a seguir os três pilares da tríade cognitiva para você. Confira!

Si mesmo

A visão que um indivíduo tem de si mesmo é marcada por diversas experiências e contextos vividos durante toda sua existência. Aqui, existem diferentes perguntas que podem orientar o trabalho do psicólogo para compreender como ele estrutura sua autoimagem, como:

  • “Como você se vê?”;
  • “Você acha que há aspectos negativos no seu autoconceito?”;
  • “Existem aspectos positivos na forma como você se vê?”;
  • “O que vem à sua mente quando pensa algo sobre si?”;
  • “Você percebe como a sua visão impacta a sua vida?”.

Visão do outro ou do mundo

Por outro lado, o paciente também constrói uma visão de mundo e do outro que atravessa constantemente a sua realidade. Afinal, a experiência familiar, escolar, universitária e profissional também orienta a forma como vemos e nos relacionamos com os outros e com o mundo em si.

Da mesma forma que o anterior, o pilar da visão das experiências também conta com diversos questionamentos que podem — e devem! — ser feitos nas entrevistas preliminares, tanto durante a sessão quanto de forma sigilosa para reflexão própria do psicólogo sobre o caso, como:

  • “Como o paciente diz que os outros o avaliam?”;
  • “Ele busca agradar a todos ou não?”;
  • “Há alguma validação dos pensamentos? Se sim, como?”;
  • “Como você agiria nessa situação específica?”:
  • “Você percebe um impacto na sua vida quando pensa e age dessa maneira?”.

Futuro

Por fim, o pilar da perspectiva para o futuro diz respeito à relação que o paciente estabelece com suas expectativas, sonhos e desejos. Em muitos testes de personalidade, como o HTP (House Tree Person), é fundamental analisar qual é o momento em que o indivíduo está localizado na sua linha temporal.

Muitas vezes, o paciente orienta sua perspectiva de vida para o futuro, criando pensamentos automáticos saudáveis ou disfuncionais sobre o que pode — ou não — acontecer. Em outros momentos, ele prende-se ao passado e evita olhar para o presente e o que está por vir.

Aqui, o método socrático se torna fundamental para compreender como ele se relaciona com a sua própria linha temporal, percebendo sua relação com o passado, presente e futuro. Assim, é possível orientar uma terapia mais focada na sua real necessidade, podendo trabalhar questões como ansiedade e estresse pós-traumático.

O que é a tríade cognitiva da depressão?

Você lembra que comentamos sobre como a tríade cognitiva auxilia no acompanhamento de transtornos psicológicos? Utilizar essa perspectiva potencializa o seu olhar e a sua escuta para fortalecer não só suas técnicas dentro da clínica, mas a própria autonomia do paciente em reconhecer seus pensamentos automáticos.

Aaron Beck, um dos autores mais expressivos dentro da terapia cognitiva, explica que existem diferentes padrões para cada pilar que evocam pensamentos automáticos. Eles, por sua vez, acionam uma série de esquemas que geram sentimentos e emoções difíceis de serem manejados, como o medo, a tristeza, a solidão, o desespero e a culpa.

O que é a tríade cognitiva da ansiedade?

No tópico anterior falamos sobre a tríade cognitiva da depressão, mas você sabia que ela pode ser utilizada em outros transtornos? Uma das angústias que mais surgem na clínica se refere à ansiedade, tendo em vista que muitos pacientes trazem relatos sobre a dificuldade de se deparar com o futuro e suas variadas possibilidades.

Nesse sentido, o pilar da visão do futuro é um dos que mais aparece como negativo na clínica, impactando nos outros pilares. Por isso, encontramos com frequência pacientes que relatam uma visão de si vulnerável, uma percepção do mundo como um lugar perigoso e o futuro como algo incerto e cheio de armadilhas.

Como usar a tríade cognitiva na terapia?

A tríade cognitiva é uma ferramenta criada dentro da terapia cognitivo-comportamental, embora possa ser aplicada em outras abordagens clínicas. Portanto, ela é um conhecimento indispensável para quem pensa em se tornar especialista na TCC e auxiliar seus pacientes a transformarem seus sistemas de significados.

É importante ter em mente que todos nós temos nossos padrões originados da tríade, construindo nossas relações a partir da visão de si, do outro e do futuro. No entanto, muitas vezes essas perspectivas podem se desenvolver de forma disfuncional e provocar sentimentos de angústia e preocupação, resultando em sintomas ou mesmo transtornos emocionais.

Portanto, ao utilizar a tríade como base para a sua ação psicoterapêutica, você consegue identificar os pensamentos e comportamentos de diversas situações compartilhadas pelo paciente. Além disso, é possível perceber padrões cognitivos e emocionais que determinam crenças e outras percepções sobre as experiências vividas.

Percebe como a tríade cognitiva é uma ferramenta poderosa para análise clínica? Para trabalhar com ela de forma saudável e ética, lembre-se de especializar-se em terapia cognitivo-comportamental e escolher instituições que tenham credibilidade no mercado. Assim, é possível se destacar e oferecer um atendimento de alta qualidade para seus pacientes.

E então, gostou de conhecer mais sobre as bases da TCC? Entre em contato conosco para descobrir como funcionam nossas especializações!

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